Cartuchos: Embalagens secundárias. Importância primária

Cartuchos: Embalagens secundárias. Importância  primária

Peça indispensável no mix de marketing e branding, os cartuchos continuam sendo alvo de polêmicas envolvendo seu possível impacto ambiental e, como invólucro protetor, se torna mais relevante do que nunca com a explosão do e-commerce

 

Popularmente chamados caixinha, os cartuchos cumprem papel de importância fundamental dentro do mix de branding de um produto. No ponto de venda pode exercer influencia decisiva para que o consumidor concretize ou não a compra do produto. Assim como o são os olhos para uma pessoa, para um produto, o cartucho é a janela da alma.

Segundo Eduardo Petry, Superintendente Comercial da Box Print, o processo de criação de embalagens tem como objetivo atender uma série de demandas e oportunidades para que a experiência do produto, quando em contato com o consumidor final, seja a melhor e mais surpreendente possível. “A embalagem cumpre um papel que vai além de proteger e comunicar informações sobre o produto nela contido. É ela que gera a primeira percepção de valor do produto, quem conecta a compra de um produto de desejo ao seu consumidor. A embalagem faz parte do produto, sendo assim, parte no desenvolvimento do próprio produto”, explica.

Gerente comercial da  Emibra, Vinicius Nascimento segue na mesma linha. “A primeira percepção do consumidor é muito importante, pois a embalagem literalmente vende o produto. O first moment of truth sempre será importante, independente se na condição e-commerce ou convencional

Mas, além de desempenhar o papel de seduzir o cliente no ponto de venda, entre suas diversas funções, o cartucho também possui a responsabilidade de informar sobre as características de seu conteúdo e transmitir ao consumidor os valores da empresa que o fabrica. Daí a importância dada a ele pelas marcas eu, muitas vezes, destacam um verdadeiro exército de criação.

“Nossa maior preocupação é entregar um produto cuja embalagem transmita qualidade, comunique os principais claims e tenha coerência com nossa identidade de marca. Também é extremamente importante garantir um produto íntegro ao cliente e que ele chegue no endereço da clínica ou residência sem avarias”, explica Denise Moraes, Gerente de Produtos da Bioage.

Diretora da Gráfica Gonçalves, que atende clientes do setor cosmético de médio e grande porte, Juliana Gonçalves também chama atenção para o papel de informar e transmitir valores da empresa que o fabrica aos consumidores. “Normalmente recebemos a arte final pronta, mas muitas vezes desenvolvemos o formato da embalagem internamente. As principais preocupações, além da aparência e do apelo de marketing, são os aspectos técnicos, pois influenciam diretamente no processo produtivo do nosso cliente e na maquinabilidade. Aspectos como sustentabilidade e inovação também são fundamentais e sempre considerados no nosso diferencial estratégico”, diz ela.

Impacto Ambiental
No que diz respeito à sustentabilidade, aliás, a L´Óreal tem a responsabilidade de respeitar os limites do planeta e contribuir para solucionar os desafios sociais e ambientais como pilar estratégico. “Para avaliar impacto socioambiental de nossas embalagens, contamos com o SPOT (Ferramenta de Otimização de Produtos Sustentáveis). Esta ferramenta exige que, a cada lançamento ou renovação, o perfil ambiental ou social de cada produto seja melhor do que o anterior, incluindo ações como redução no tamanho das embalagens, redução do número de componentes, além de uso de materiais reciclados e/ou provenientes de fontes renováveis”, conta Adriana Fregoso, Gerente de Desenvolvimento de Embalagens da L'Oreal Brasil.

Segundo ela, em 2019, 100% de todas as embalagens dos produtos novos ou renovados da marca foram avaliadas para critérios ambientais e sociais.

Adriana FregosoAdriana Fregoso, da L'Oréal Brasil

O possível impacto ambiental, devido a maneira rápida como é muitas vezes descartada, sempre foi tema de polêmica e debates quando a assunto é embalagens secundárias. Quanto a  isso, Eduardo Petry, da Box Print acha importante salientar que as embalagens de papel cartão possuem rápida e total biodegradabilidade, são 100% recicláveis e compostas por insumos de origens totalmente renováveis. O que, no entanto, não significa que a empresa deixe de se preocupar com o meio-ambiente. “Fomos a primeira indústria gráfica nacional a produzir embalagens com a certificação FSC, a mais de 15 anos. Contamos com uma grande área de reflorestamento que realiza uma captação de CO2 superior as nossas emissões, nos tornando um fornecedor de embalagens Carbono Positivo”, orgulha-se.

Juliana Gonçalves também reforça o compromisso de sua empresa para com o meio ambiente. Todo o cartão utilizado pela Gonçalves vem de florestas certificadas. Além disso, poucos sabem, mas no Brasil, 77% das embalagens de papel e papelão são recicladas, sendo considerado um dos materiais mais reciclados do país. “A preservação do meio ambiente é uma das diretrizes estratégicas da Gonçalves, e estamos constantemente buscando soluções mais sustentáveis utilizando material reciclado, produtos menos agressivos ao meio ambiente, substituição de algumas matérias primas, etc. Essa também é uma demanda constante de grande parte de nossos clientes”.

A preferência por marcas comprometidas com a sustentabilidade, aliás, é uma exigência que vem dos próprios consumidores, como confirma Denise Moraes, da Bioage. “Passamos por um momento de bastante reflexão para entender, dentro do nosso posicionamento de mercado e dos anseios dos nossos consumidores, como poderíamos tomar ações que reduzam o impacto ambiental. Em alguns casos, entendemos que é possível realizar substituições por embalagens reutilizáveis, dar a alternativa ao consumidor ter esta escolha no ato da compra. Em outros casos, entendemos que nem toda embalagem secundária é necessária no portfólio e podemos desenvolver embalagens primárias mais eficientes. É um movimento interno que está no início, mas que será incorporado em nossas futuras ações”, declara Denise.

Proteção para o produto e também para o consumidor
Mas não se pode esquecer que uma das principais funções do cartucho é a de proteger seu conteúdo, durante o transporte. A qualidade de invólucro protetor ganha ainda mais importância no ambiente de isolamento social que fez explodir as compras online e confirmou o e-commerce como uma das principais ferramentas de negócios nos dias que correm.

Devido aos possíveis choques e vibrações durante o transporte, o e-commerce impõe um nível mínimo de resistência para a embalagem. Segundo Adriana Fregoso, há mais de dois anos a L’Oréal já vem trabalhando nestas adequações e, para os novos produtos desenvolvidos, tais especificações são levadas em conta desde a fase da concepção. Decidimos ter como referência padrões internacionais utilizados por nossos times do e-commerce e, além da avaliação do aspecto solicitado no protocolo, decidimos acrescentar um teste funcional para determinadas famílias de produtos, completa.

“O aumento do mercado de e-commerce faz com que as embalagens secundárias tenham um papel ainda maior no quesito de proteção do produto. Em curto prazo não houveram mudanças tão significativas, mas já se fala muito em usar embalagens que tenham alguma proteção em relação a sanitização e higienização  do produto”, confirma Juliana Gonçalves.

Em tempos de pandemia, aliás, as preocupações sanitárias em relação ao manuseio dos produtos entram em evidência. Juliana chama atenção para o surgimento de uma demanda por materiais com propriedades antivirais. Hoje já existem no mercado algumas soluções antivirais que podem ser úteis não apenas nessa fase que estamos vivendo, mas serem uma tendência como um padrão de segurança e saúde. Essas tecnologias diminuem a capacidade infecciosa dos vírus ao entrar em contato com a embalagem. Essa não seria a única solução, mas mais uma variável para diminuir a propagação desse e de outros vírus que poderão vir a surgir”.

Nesse ponto, a Box Print vem se destacando. Na busca por contribuir com o novo momento que estamos vivendo e fazer a sua parte, a empresa lançou, em primeira mão, o Acabamento Antiviral, auxiliando na proteção ao produto e ao consumidor. Além de manter as propriedades visuais originais da embalagem, este acabamento possui ação virucida, aumentando a confiabilidade em consumir o produto e contribuindo na quebra da cadeia de circulação do vírus, explica Eduardo Petry.

Gangorra Cambial
Na esteira da pandemia, no entanto, não vieram só as mudanças de comportamento e hábitos de consumo, mas também uma crise econômica que afeta não só o preço de insumos e matéria prima, como também de maquinário e tecnologia de ponta, necessários para manter modernizado um parque gráfico.

Denise Moraes, da Bioage, acredita em soluções alternativas para driblar as armadilhas cambiais. “Neste momento estamos enfrentando, além do aumento de custos influenciado pela variação cambial, a falta de matérias-primas, como papelão, tampas, válvulas e outros. Neste cenário adverso, porém, identificamos que podemos desenvolver soluções mais inteligentes onde a embalagem primária por si só seja eficiente, e que dispensem a embalagem secundária minimizando impacto”, diz

No que diz respeito à matéria prima, a Box Print se antecipou e aumentou significativamente seu estoque, conseguindo desta forma manter suas operações com segurança e pontualidade. Já, no quesito modernização do parque gráfico, Eduardo Petry lembra que a Box Print fez um dos maiores investimentos em equipamentos e tecnologia da história da empresa no final do ano de 2019. “Adquirimos novas impressoras off set de última geração, cartucheiras e outros equipamentos complementares. Estes equipamentos colaboram diretamente na competitividade e capacidade produtiva da Box Print, sendo a redução de tempo de setup uma das principais vantagens dos novos equipamentos”, celebra.

Já a Gráfica Gonçalves, apesar de toda a crise, prefere apostar num crescimento e na retomada dos seus clientes, tendo a ousadia de fazer investimentos representativos na modernização de seu parque gráfico, conta Juliana. “Foram adquiridos novos equipamentos na área de acabamento e outras tecnologias que trarão um salto de inovação nas nossas embalagens. Além disso, estamos estudando a compra de novas máquinas de impressão a fim de modernizar nosso parque gráfico, buscando mais produtividade e redução de custos”.

O Futuro
Diante de tudo isto, como nossos entrevistados enxergam o papel do cartucho e das embalagens no futuro? Adriana Fregoso, da L´Óreal aposta na utilização de materiais cada vez mais sustentáveis. “Acreditamos que a beleza do futuro será sustentável, responsável e natural. A empresa está comprometida há muito tempo com o meio ambiente. Queremos fazer o necessário para causar menos impacto e preservar o limite do planeta. Frente aos desafios ambientais e sociais, lançamos uma nova etapa do nosso programa de sustentabilidade chamado L´Oréal for The Future, que marca uma transformação ainda mais radical da nossa companhia entre agora e 2030”.

Eduardo Petry, da Box Print, segue no mesmo caminho. “O futuro das embalagens de papel cartão é muito positivo, visto seu posicionamento definitivo em prol de tudo aquilo que buscamos como cidadãos e responsáveis por um futuro melhor e mais sustentável. Acreditamos muito no fortalecimento e sustentação da cadeia de negócios em favor dos Steakholders. No ano de 2020, nos tornamos uma empresa Certificada B Corp, atendendo os mais altos padrões de impacto sócioambiental”, diz o executivo da Box Print. A Box Print agora faz parte das mais de 3.000 empresas no mundo que usam o poder dos seus negócios para uma economia mais inclusiva e sustentável.

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